A lógica da corrupção, do nepotismo (beneficiamento de parentes), do fisiologismo (beneficiamento de aderentes) e da incompetência é a mesma que humilha diariamente trabalhadores honestos, obrigando-os a jornadas estafantes de trabalho, subordinação política, quando não, a viverem em estrema pobreza sem se quer ter uma casa para acolher seus filhos e amigos, enquanto uma meia dúzia de “testas de ferro” enriquecem do dia pra noite, escancarando toda mesquinharia de caros importados, mansões, mensalões, maquinários, até helicóptero, e muitas ostentações, a realidade da maioria é o cenário desemprego, pobreza, a prostituição infanto-juvenil, trafico/consumo de drogas (i)lícitas, falta de assistência médica, sanitária, securitária e humana, por parte do poder público e da própria sociedade.
As terras que ocupamos desde agosto de 2006 são de propriedade da União, portanto, está submetida aos órgãos de controle, regularização e financiamento do Governo Federal, como a SPU – Superintendência do Patrimônio da União no Pará; INCRA, IBAMA, CAIXA, Polícia Federal,.. por este motivo, tanto os órgãos estaduais, quanto os municipais e o prefeito, não tem qualquer poder legal sobre regularização dessas terras sem que isto passe pela União e seus Órgãos.
Nesses pouco mais de três anos de ocupação enfrentamos o preconceito e ira das elites e governantes que tacharam os moradores de bandidos, vagabundos e drogados; a criminalização dos dirigentes, protestos e movimentos sociais combativos; incêndios criminosos; ameaças de morte; além da desunião da comunidade; das vaidades; muito toco, matagal e madrugadas em claro. Tudo em nome do direito sagrado de viver com dignidade, para nos libertarmos dessa constante “faca no pescoço” dos favores e alugueis, acima de tudo, garantirmos um futuro digno para nossas famílias.
NOSSA LUTA É GARANTIR TETO PARA QUEM REALMENTE NECESSITA!
Para isso sempre precisamos combater a venda de casas e melhorar as condições de vida na comunidade, sem desmatamento, com crescimento ordenado, como vinha acontecendo até julho de 2008, quando a ofensiva conservador-eleitoral do candidato à reeleição jogou todo peso político e financeiro sobre a comunidade, dizendo que as terras eram do município (com a forjada lei 0100/2008, que não tem poder para “tomar de volta” as terras da União) e que, da parte dele cada um faria o que quisesse. Fato diversas vezes denunciado por nossas lideranças por documento (nos órgãos federais envolvidos) e na última “audiência pública” do dia 10/julho, na Câmara dos vereadores de Cametá, diante do vice-prefeito, vereadores e representantes de órgãos federais e da sociedade.
Desde a reeleição do gestor as coisas mudaram pra pior! Cercas, derrubadas diárias de castanheiras, grandes construções em alvenaria, comercio de casas, terrenos e no rastro disso tudo, delinqüência e assaltos como nunca tínhamos visto, mesmo quando mantínhamos a maior parte dos lotes sem divisas.
Aguardamos pacientemente os dois últimos anos da gestão anterior e quase dois anos da gestão atual e, ATÉ AGORA NENHUM DOS SETE VEREADORES DA SITUAÇÃO OU OS TRÊS DA “OPOSIÇÃO” OU O PREFEITO, OU SEU VICE deram um único passo concreto para RESOLVER o problema urgente e imediato de MORADIA-CIDADANIA DE MILHARES DE PARAENSES, sobretudo CAMETAENSES que moram DEBAIXO de quase cinco mil pés de CASTANHEIRAS.
NEM A CAPINA E A COLETA DE LIXO CHEGAM AS NOSSAS FAMÍLIAS!
Por tudo isso, reiniciaremos na próxima segunda- 23/AGOSTO/2010 o recadastramento geral da Comunidade Resistência Cabana dos Castanhais - RCC, para saber qual é a SITUAÇÃO REAL da comunidade, esse recenseamento interno do realizado pelo Movimento será encaminhado à SPU e ao MP Federal/Estadual, para que AS FAMÍLIAS EMPOBRECIDAS E DE BAIXA RENDA tenham GARANTIAS do governo que RECEBERÃO SUAS CASAS PRÓPRIAS.
O INVENTARIAMENTO AGRO-ECOLÓGICO proposto pelo instituto ATURIÁ é interessante, se bem usado nos trará benefícios. Iniciaremos pelos quintais e depois nas áreas sem moradia, para potencializamos a proteção ambiental e iniciarmos a comercialização de verduras e frutas, legumes e ervas plantadas e/ou coletadas no próprio RCC!
(A PIADA DA HORA! UMA ASSOCIAÇÃO SEM SÓCIOS, SEM ELEÇÃO, SEM ESTATUTO E SEM LEGITIMINDADE)
Temos vários caminhos a trilhar. Todos começam pela REORGANIZAÇÃO da comunidade por nós mesmos, por quem tem LEGITIMIDADE de quem está com os pés e o coração firme nessa causa desde o começo. Conter imediatamente a construção obras em alvenaria e parar imediatamente com a derrubada de castanheiras é essencial para ganharmos essa questão.
A Comunidade RCC, orientada pelo MTL, através das assembléias e demais espaços de diálogo e deliberação coletiva, decidirá seus rumos de forma transparente, autônoma e democrática como sempre fizemos.
Sabemos que o governo federal anunciou a construção de um milhão de casas; que morar com dignidade não é favor, mas sim um direito sagrado; que a antiga pista de pouso já esta destinada a construção de moradias populares – por insistência nossa – e que é possível financiamento público para transformamos o Resistência Cabana dos Castanhais numa agro-vila, para mantermos parte das famílias que queiram ficar nessas terras para plantar.
É HORA DE UNIÃO E ORGANIZAÇÃO, SABEMOS QUE SÓ A LUTA MUDA A VIDA!
Participar das assembléias, reuniões de núcleo, das tarefas e projetos de auto-organização da comunidade é caminhada de soberania e felicidade!
ASSEMBLÉIAS GERAIS: sempre no dia 30 de cada mês, às 16horas, no local do antigo barracão.
NOSSAS PRINCIPAIS TAREFAS:
Reconstruir o barracão comunitário com uma biblioteca multimídia e parquinho infantil;
Regularizar a Associação de Moradores e Colaboradores da Comunidade Resistência Cabana dos Castanhais - AMORC, coordenada inicialmente por Tata, Lontra e Pessoa.
Regularizar a Cooperar habitar - Cooperativa de Habitação, para não dependermos do Estado para pleitear projetos e convênios para construção de casas próprias!
PAUTA DE REIVINDICAÇÕES - em construção permanente:
Garantia de casa própria para todas as famílias empobrecidas e em situação de risco!
Regularização fundiária, crédito e assistência técnica para nossos projetos rurais, artesanais, desportivos e culturais!
Basta de desemprego, dependência política e econômica das elites locais.
Construção de uma creche para 300 crianças nas proximidades do RCC para que as mães trabalhadoras possam ajudar na renda de suas famílias! Nossas crianças têm que ser prioridade!
Chamada imediata de todos os acampados aprovados em concursos!
Carteira assinada e garantia de aposentadoria para todos os “trabalhadores de recibo”. Basta de faca no pescoço de nossas famílias!
Pela capina, limpeza, ampliação da iluminação das ruas e passagens imediatamente!
Garantia de coleta regular de lixo domestico, água potável e energia elétrica de qualidade!
Realização de convênios que garantam assistência médico-odontológica para todos os moradores.
PROXIMA ASSEMBLÉIA GERAL DA COMUNIDADE RCC:
30 DE AGOSTO DE 2010 ÀS 16HORAS. NO ANTIGO BARRACÃO COMUNITÁRIO DOS CASTANHAIS!