sexta-feira, 23 de julho de 2010

CINEMA POPULAR ROSA LUXEMBURGO "É preciso ter consciência para ter coragem"



A partir do requerimento abaixo, reiniciaremos às 19horas desta sexta-feira 23/07 as exibições do Cinema Popular Rosa Luxemburgo, protagonizado pelo Coletivo de Mídia Independente do MTL-PA.

PROGRAMAÇÃO DESTE FIM DE SEMANA:

SeXtA:

Local: auditório ou sala multmídia da UFPA - Campus Cametá;
Data e hora: 23/07/10 - 19h às 22h
Roteiro: O menestrel; miséria do Brasil; sequencia de fotos e vídeos-movimentos da luta do povo; miséria social; cordel do fogo encantado (ao vivo). As exibições serão intercaladas com rodas de poemas e debates expontâneos.

SáBadO:

Local: Escola Municipal Dom Romoaldo Coelho, bairro do Trigueiro, Cametá; Proximo à Ocupação Resistência Cabana dos Castanhais
Data e hora: 24/07/10 - 19h às 22h
Roteiro: O menestrel; miséria do Brasil; sequencia de fotos e vídeos-movimentos da luta do povo; miséria social; cordel do fogo encantado (ao vivo). As exibições serão intercaladas com rodas de poemas e debates expontâneos.

DominGO:

Local: Ocupação 22 de outubro, entre Av. Perimetral e Tv. São Benedito, bairro de Santa Maria, Cametá;

Data e hora: 25/07/10 - 19h às 22h
Roteiro: O menestrel; miséria do Brasil; sequencia de fotos e vídeos-movimentos da luta do povo; miséria social; cordel do fogo encantado (ao vivo). As exibições serão intercaladas com rodas de poemas e debates expontâneos.

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DIVULGUE O CINEMA POPULAR ROSA LUXEMBURGO, "É PRECISO TER CONSCIÊNCIA PARA TER CORAGEM"

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REQUERIMENTO 003/2010

AO: ILMA. DIRETORA DA ESCOLA MUN. ENS. FUND. “DOM ROMOALDO COELHO”
PROFESSORA MARIA DARCILENE RIBEIRO DUARTE


Professor,

O Movimento Terra Trabalho e Liberdade – MTL é um movimento social classista, autônomo, plural, não institucional, que organizar os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, contra todas as formas de explorações e opressões.

Nossa tarefa educativa de organizar o povo passa pela construção, passa pelo processo contínuo de aprendizagem, entendendo este não só como o processo formal-institucional mas, sobretudo, um processo de vivência dialética das tradições populares e dos saberes científicos no sentido do combater a alienação imposta ao nosso povo em suas várias ferramentas de destruição dos valores tradicionais biológicos-ambientais, culturais, étnicos e religiosos.

Nesse contexto as eleições (no formato e com as recorrentes práticas coronelescas) foram institucionalizadas pelas oligarquias e conglomerados econômicos mais atrasados de nossa sociedade para aprofundar a degeneração do nível de consciência e para aprofundar a exploração econômica do povo, precarizando ainda mais suas condições de sobrevivência.

É por tudo isto que gostaríamos de continuar tendo a parceira de Vossa gestão nessa luta pela elevação do nível de consciência de nosso povo e conseqüentemente da sociedade, nesta oportunidade se refletindo na sessão do espaço físico reservado para realização de eventos acadêmicos e comunitários, período das 19h00min às 22horas deste sábado-24 de julho corrente, para exibição de vídeos-movimento produzidos em Cametá e outras partes do país e do mundo no projeto CINEMA POPULAR ROSA LUXEMBURGO – É preciso ter consciência para ter coragem, que conta com o apoio integral da UFPA – Cametá, que cedeu os equipamentos de áudios-visuais necessários à referida apresentação.

Desde lhe já agradecemos.

Cametá, margem esquerda do rio Tocantins, Pará, 23 de julho de 2010.




Coordenação do MTL – Pará
terratrabalhoeliberdade.blogspot.com

mtl.org.br
mtlpara@ gamil.com
fones em Cametá: 82518272, 91624697

quinta-feira, 22 de julho de 2010

OCUPAÇÃO DO ESCRITÓRIO-SEDE DA CELPA TUCURUÍ IMPOS O DIÁLOGO AOS TECNOCRATAS DA REDE E DO GOVERNO FEDERAL


Após quase um mês ocupando o escritório da CELPA em Tucuruí, lideranças dos dezoito maiores bairros de Tucuruí, além de lideranças da Tribo dos ASSURINIS, a Associação de Mulheres de Tucuruí, da Associação dos Feirantes e da Associação da Lamparina – AMPARO , com apoio de diversos mandatos municipais e movimentos sociais como MTL e MAB, foi realizada uma AUDIÊNCIA PÚBLICA (20/07/2010), com a presença da direção estadual e nacional da Rede CELPA, do Ministério Público, da Câmara dos Vereadores, PROCON, Eletronorte, sociedade civil organizada e movimentos sociais.




A REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA PÚBLICA foi à primeira vitoria sobre a burocracia da CELPA e do Governo Federal. Essa vitória só foi possível pela intransigência da ocupação da CELPA como ultimo recurso para provocar o diálogo com as autoridades responsáveis pelo caos energético em Tucuruí e toda região afetada pela UHE de Tucuruí.


Segundo Edmar, presidente da Associação dos Feirantes de Tucuruí, o “movimento conseguiu impor o diálogo, e cerca de 17 itens da nossa pauta política foram atendidos integralmente ou parcialmente” e, “na próxima segunda-26/07, a Aldeia dos ASSURINIS será visitada por especialistas para resolver o problema do fornecimento de energia em sua reserva”.



Portanto, a avaliação é positiva e o movimento agora tende a se expandir por toda região tocantina, afinal, o problema dos péssimos serviços oferecidos pelas empresas públicas privatizadas como a REDE CELPA, além de impor altíssimas taxas para todos os serviços que compõe o modelo etnocida, depredador e alienante da atual matriz energética governamental.



Nesta manhã (22/07/10) Felipe Puxirum, camarada libertário que se somou no último mês a construção do Movimento Terra Trabalho e Liberdade – MTL embarcou para Tucuruí, para reunir com as principais lideranças da ocupação da CELPA. A dinâmica caminha para construção de uma pauta estadual dos movimentos sociais contra a atual matriz energética que conduza os mais aguerridos entre os empobrecidos exploradas a se movimentarem em toda região tocantina, pela redução imediata das altas taxas da energia elétrica.

Aguardamos notícias.
Avante! Nenhum passo atrás!

Cametá, margem esquerda do rio Tocantins, 22 de julho de 2010.



Coordenação Estadual do MTL-PA

domingo, 18 de julho de 2010

CORRUPÇÃO + IMPUNIDADE = FOME, PROSTITUIÇÃO E DESEMPREGO. ISSO TEM QUE ACABAR!



Quem não conhece as condições em que vive a maioria da população paraense? A falta de empregos públicos ou privados, as dificuldades no transporte de pessoas e mercadorias, sobretudo nessa época do ano, os postos fechados, a falta de médicos, equipamentos e remédios, a falta de merenda escolar a meses, e muitas vezes a fome e o desespero.


Por outro lado a super-concentração de poder, terras, rádios, renda e dinheiro nas mãos de menos de uma dezena de famílias. O nepotismo-fisiologismo, a promiscuidade política, ética e moral. Em resumo a corrupção como pratica de Estado, deixando o mesmo rastro de dor e sofrimento por onde passa.

Enquanto isso as novelas, propagandas, filmes e revistas inundam o imaginário popular, sobretudo das mulheres, impondo por repetição padrões de beleza, consumo e comportamento, onde tudo e todos tem um preço!

Neste cenário onde a pobreza da maioria se confronta com a histórica pratica nojenta das elites locais habituadas a se manter no poder a custa de compra de votos com terçados, panelas e promessas de emprego e seduções.

Essa matriz: pobreza, sonhos de consumo, péssimas condições de ensino e concentração de muito dinheiro e poder nas mãos de meia dúzia de políticos velhacos, são a formula da vertiginosa onda de violência, trafico/consumo de drogas e prostituição infanto-juvenil em Cametá, mas também, em cada canto do mundo onde a peste do capitalismo impere.

Neste sentido as CPI´s têm se revelado um verdadeiro palco midiático, cuja única finalidade alcançada tem sido a de desviar o foco das atenções dos MENSALÕES DEMOCRATAS e PETISTAS e suas cambadas de testas de ferro, que respondem por vários processos de improbidade administrativa (CORRUPÇÃO), compra de votos, abuso de poder, além de criminais e tributários!

Lamentável que a realidade das meninas e meninos que (se)prostituem para satisfazer as necessidades básicas de suas famílias ou para ostentar um padrão de consumo – inclusive de drogas – que assistem nas novelas globais e filmes norte-americanos tenha permanecido absolutamente inalterada.

BASTA DE IMPUNIDADE PARA CORRUPTOS E CORRUPTORES E CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA, DOS PROTESTOS E MOVIMENTOS SOCIAIS!


Pela prisão imediata de todos os corruptos e corruptores!


Expropriação das riquezas acumuladas pela corrupção e exploração do povo!


Todo apoio a ocupação da CELPA em Tucuruí, por uma Amazônia com terra trabalho e liberdade!

MANIFESTO “PELO FIM DA GUERRA INTERNA NA PERIFERIA” – MTL/QUILOMBO URBANO

MANIFESTO “PELO FIM DA GUERRA INTERNA NA PERIFERIA”
 – QUILOMBO URBANO-MA & MTL-PA -




A gente vive se matando, irmão, por quê?
Não me olhe assim, eu sou igual a você. (Racionais)


Você sabe quanto vale a vida de um jovem igual a você ou seu filho neste país? Não? Mas os playboys sabem. Ela não vale nada! Nos últimos anos o capitalismo tem nos mergulhado num mar de sangue como nunca visto antes. Se não bastasse a repressão policial, temos nos envolvido numa “guerra interna” sem fim, de rua contra rua, quebrada contra quebrada, bairro contra bairro e morro contra morro. Mas nada disso tem ocorrido à toa. Arrancaram-nos o direito à educação, saúde, moradia, lazer e trabalho, mas não arrancaram também os olhos e o desejo de viver. Manipularam nossas consciências de tal modo que não conseguimos ver quem nos explora, quem desvia dinheiro público, quem faz as leis que só nos prejudicam, os magnatas de gravatas como nossos inimigos. Ao contrário, vemos o inimigo justamente quando olhamos alguém igual à gente, que sofre dos mesmos problemas que nós, que mora ao lado, que é preto, pobre e favelado. Como então reagir se estamos divididos e com os canhões apontados uns para as cabeças dos outros?

Você sabe quantas escolas daria para construir na periferia com os R$ 20 milhões que o deputado Edmar Moreira (DEM-MG) desviou para construir o seu luxuoso castelo medieval em meio a uma comunidade pobre? Você sabe quantas casas daria para construir com os mais de R$ 300 bilhões que o governo Lula tem dado de mãos beijadas para os donos de bancos? Você não sabe? Tá bom então, você não se importa com política, né?

Mas, você sabe de onde vêm as drogas e as armas que entopem com ódio o sentimento da periferia? Quando a polícia invade a favela e mata alguém, a mídia logo noticia que era traficante. Mas será que quem embolsa os bilhões de reais gerados pelo tráfico de drogas e armas moraria em becos, vielas, ruas com esgoto a céu aberto e arriscaria a vida trocando tiros com a policia? Lógico que não. Até porque todo esse dinheiro dá muito bem pra comprar mansões e apartamentos em condomínios de luxo cercado de seguranças. Dá pra comprar carros blindados, comprar a polícia, a justiça... Enfim, comprar a impunidade e uma boa reputação. Enquanto isso, as atenções são desviadas para jovens de bairros precarizados, envolvidos ou não com o comércio varejista de drogas.

Você sabia que os bancos dos Estados Unidos lavam por ano mais de US$ 400 bilhões, tudo proveniente do narcotráfico? Ah, agora você sacou, né, sangue bom? É isso mesmo. Quem financia a “guerra interna” em nossas comunidades são os ricos com o consentimento do nosso governo. O país que obriga o nosso governo a ocupar a periferia com força militar é o mesmo que joga as drogas e armas que alimentam o ódio cego de irmão contra irmão.

DIVIDIR PARA DOMINAR E LUCRAR COM A NOSSA TRAJÉDIA.


A estratégia do nosso inimigo não é nova. A divisão do povo preto, tanto na África como no Brasil colonial, resultou na vitória dos opressores. Na África, as desavenças entre os povos eram incentivadas pelos comerciantes de escravos e escravas, para que os derrotados dessas guerras fossem negociados com eles para serem vendidos, principalmente nas Américas. No Brasil, os senhores de engenho davam preferência à variedade de etnias, pois assim era mais difícil a organização dos africanos escravizados. Se essa situação é antiga então por que ainda caímos nela?

               PERIFERIA, PARE, RESPIRE POR ALGUNS SEGUNDOS (G.O.G.)

Pelo fim da “guerra interna”. Nós do Movimento Hip Hop Militante Quilombo Brasil propomos um pacto de paz entre todas as torcidas, gangues, galeras, e bondes de todas as comunidades pobres deste país. Propomos o fim dos assaltos na periferia. Nossa declaração de guerra é contra os ricos. É por educação, saúde, cultura e emprego. Vamos reduzir a zero à contagem de corpos sem vida no chão da periferia. Vamos multiplicar por mil o sorriso de felicidade da mãe que vê seu filho resgatado do crime. O desafio está lançado pra quem é guerreiro e guerreira de verdade.

1- Exigimos a eliminação gradual do sistema prisional que não ressocializa pobre e nem mantém preso o rico. Na verdade só serve para alimentar a indústria do crime aumentando o sofrimento da periferia e o lucro das empresas privadas;

2- Para cada cela fechada, uma escola construída. Para cada pavilhão extinto, uma faculdade aberta. Para cada presídio desativado, uma universidade inaugurada;

3- Que a polícia se retire imediatamente das periferias e vá para as fronteiras do país, para os aeroportos, para os portos e para os bairros nobres onde estão os verdadeiros traficantes de armas e drogas;

4- Pela formação de conselhos populares de segurança pública que possibilitem à própria comunidade resolver democraticamente os conflitos de seus moradores;

5- Por um plano emergencial de obras públicas em todos os bairros de periferia para gerar emprego e renda e combater o crime em suas raízes sociais;

6- Pelo fim do pagamento da dívida interna e da externa, para que esse dinheiro, que é nosso dinheiro, seja investido em políticas sociais na periferia.

7 - Pela prisão imediata de todos os corruptos e corruptores!

8 - Expropriação das riquezas acumuladas pela corrupção e exploração do povo!

9 - Por uma Amazônia com terra, trabalho e liberdade.


NEM GUERRA ENTRE OS POBRES, NEM PAZ ENTRE AS CLASSES


sexta-feira, 16 de julho de 2010

DE TUCURUÍ À BELO MONTE, MEIO SÉCULO DE UM MODELO ENERGÉTICO ETNOCIDA, DEPREDADOR E ALIENANTE

MOVIMENTO TERRA TRABALHO E LIBERDADE – MTL



DE TUCURUÍ À BELO MONTE, MEIO SÉCULO DE UM MODELO ENERGÉTICO ETNOCIDA, DEPREDADOR E ALIENANTE

                Segundo estudos da FAO – Organização para Agricultura e Alimentação/ONU, mais de 1/6 da população mundial, cerca de 1.000.000.000 (um bilhão) dos trabalhadores e trabalhadoras passam fome diariamente, sofrendo com a subnutrição ou a desnutrição aguda. Só de brasileiros são mais de 40.000.000 milhões entre homens, mulheres, idosos e crianças que não tem se quer comida para sobreviver.

¿ MAS PORQUE TANTA GENTE PASSA FOME?

             A imprensa e boa parte da academia e da igreja escondem e/ou omitem do povo que a concentração de renda, terras, capitais, conhecimento e poder nas mãos de um número ínfimo de empresas e pessoas é responsável diretamente por sua fome. A transferência direta de dinheiro expropriado do povo através de uma das cargas tributarias mais pesadas e regressivas do planeta - que arrancam dos setores mais empobrecidos até 50% de seus rendimentos compulsoriamente; o regime de expropriação de salários e rendimentos futuros através das consignações em folha de pagamento, inclusive de aposentados - inaugurando no Brasil o capitalismo sem riscos - além da corrupção (in)direta institucionalizada por grande parte do alto escalão de prefeituras, tribunais, Casernas e governos que, a luz do dia e sob escolta policial, diariamente dilapidam o patrimônio público para satisfazer mesquinhos interesses pessoais, beneficiando determinadas empresas, grupos e indivíduos.

                A alienação de milhões trabalhadores e trabalhadoras através de condições humilhantes de trabalho, incluindo aí a mão de obra escravizada e infantil (por multinacionais como Pilip Morris, Votorantin e Coca Cola), e a política de esmagamento geral dos salários no setor público e privado. Todas essas formas combinadas e simultâneas de exploração centralizam capitais gigantescos nas mãos de cada vez menos pessoas e empresas. No Brasil, pouco mais de 131 mil pessoas possuem pelo menos U$ 1 milhão de dólares, em uma das mais selvagens e desiguais concentrações de renda do mundo.

                 Essas empresas e esses milionários são os principais financiadores das campanhas de Dilma Roself - PT, José Serra – PSDB e Maria Silva – PV, além de milhares de candidat@s que, uma vez mais, serão (re)eleit@s em 2010 para fazer leis e governar a mando de quem? Em nome de quais interesses?

                  Nazareno Tourinho, caboclo paraense e poeta militante em “Juízo de Valor”, do livro “Versos para Pobres e Oprimidos” com profunda consciência de classe e inquietação revolucionária assevera:

Esta sentença legítima     De alguma coisa culpado     Mesmo não tendo roubado     Pois a lei da vida é séria
Eu lavro bem humorado:   Todo rico sempre é                Para assim enriquecer           E este mundo tinhoso
Todo pobre é uma vítima    Ainda que tenha herdado     O rico é sempre culpado          Existe tanta miséria
E todo rico é culpado.        Seu dinheiro e sua fé.          Só por ser rico querer.       Que ser rico é criminoso


                    O MOVIMENTO TERRA TRABALHO E LIBERDADE – MTL repudia e combate a política energética, econômico-social imposta pelo chamado “Consenso de Washington” e administrado subservientemente por todos os presidentes de Sarney a Lula, impondo desde a redemocratização conservadora em 1988 a mesma plataforma programática dos governos militares: cambio flutuante; metas de inflação; arrocho salarial; metas de superávit primário para pagamento religioso de juros da ilegítima dívida externa; privatização dos serviços e bens públicos, incluindo redes hospitalares; o sistema de telecomunicações; os solos e subsolos da Amazônia e o pré-sal por um lado e, por outro, condenando milhões aos precipícios da favelização; do desemprego; do trafico e da criminalização da pobreza e dos movimentos sociais combativos; impondo a ferro e fogo uma profunda e silenciada faxina étnica que tem assassinado milhares de trabalhadores do campo e da cidade, sobretudo afro-descendentes jovens, isso quando não segregados em superlotadas prisões-políticas-para-pobres de todo Brasil.

                   Nossos povos tradicionais amazônicos têm sofrido com os modelos entreguistas de “desenvolvimento e progresso” dos “doures linhões da vida”. A devastação de ecossistemas inteiros, o etnocídio e a perda de territórios e valores culturais tradicionais de quilombolas, indígenas e ribeirinhos na Amazônia, além de criar bolsões de miséria e falização das cidades vizinhas aos “grandes projetos” como as UHE de Tucuruí e Belo Monte, são as conseqüências mais sentidas pelos ribeirinhos desde a implantação desse modelo da morte e da exclusão em nossa Amazônia.

                   Enquanto o governo subsidia a energia elétrica para ALBRAS e Vale (entre outras multinacionais) exploraram na Amazônia sua população e riquezas naturais, por capitalistas nacionais e estrangeiros, sem qualquer controle real sobre remessas de lucros e divisas, as mesmas insistem cinicamente em esconder do povo, com o apoio da grande mídia burguesa, as centenas de mortes e mutilações de trabalhadores dessas transnacionais, como também tentam esconder o rastro de empobrecimento regional e a contaminação dos solos e lençóis freáticos amazônidas, grande parte da população simplesmente não tem direto a energia elétrica, inclusive povos indígenas como os ASURINIS e povoados inteiros de toda região tocantim, mesmo 30 anos após a instalação da usina.


                 O MOVIMENTO TERRA TRABALHO E LIBERDADE – MTL se solidariza com as lideranças comunitárias, associações de mulheres e tribos indígenas que acamparam de 27/junho a 16/07 no escritório sede da Rede CELPA em Tucuruí, por ter sido acordada um audiência publica para o dia 20/julho também em Tucuruí.

                   Essa ocupação (como outras iniciativas semelhantes) é legitima e merece o apoio de todos e todas que sofrem com os altos custos da energia elétrica, com as conseqüências dessa matriz política-economica-energética e os péssimos serviços das prestadoras privatizadas e desreguladas. A ocupação da CELPA foi o último recurso para provocar o diálogo das Comunidades com o governo federal, após décadas de portas fechadas, desculpas e mentiras. Sem nenhuma solução concreta para as milhares de famílias que sem ter como, pagam mais de 500% mais caro pela mesma energia que Lula subsidiada para as multinacionais.

                  A presença do Ministro de Furnas e Energia em Tucuruí para garantia de uma “mesa de negociações” séria é fundamental para acabarmos com este impasse. Não aceitaremos menos que isto como uma pequena demonstração do mínimo de respeito às milhares de famílias tocantinas exploradas, empobrecidas, sem luz para ligar (e manter ligada) uma única geladeira, muito menos para desenvolver atividades produtivas que garantam sustentabilidade político-econômica e ambiental, para que estas famílias se libertem do julgo multissecular de coronéis escravocratas e do assistencialismo-fisiologismo exauriu de “doutores linhões” de ontem e de hoje.

PAUTA POLÍTICA & BANDEIRAS DE LUTA:


1. Redução e congelamento imediato das tarifas, taxas e serviços energéticos para o povo empobrecido;

2. Suspensão das cobranças para trabalhadores e trabalhadoras sem emprego e de baixa renda;

3. NÃO À UHE DE BELO MONTE. BASTA DE CHACINAS E DESTRUIÇÃO DA NATUREZA. POR UMA MATRIZ ENERGÉTICA VERDADEIRAMENTE LIMPA!

4. Instalação de grupos-geradores fotoelétricos para garantia de autonomia energética de comunidades isoladas, acampamentos e assentamentos, povoados indígenas e quilombolas;

5. Repovoamento dos rios e matas amazônicos, visando à sobrevivência dos povos que milenarmente habitam equilibradamente as regiões atingidas pelos devastadores impactos sócio-criminais contra a natureza;

6. Nosso povo tem direito à autonomia alimentar! Subsidio para agricultura familiar garantir alimentos orgânicos para todos e todas. Basta de monocultura ostensiva, latifúndio e fome!

7. Controle total sobre as remessas de dinheiro para o exterior das multinacionais e empresas dirigidas por capital estrangeiro (ainda que “brasileiras”) instaladas na Amazônia e no Brasil!

8. Fim das mortes e acidentes violentos de trabalhadores e trabalhadoras! Qualidade total para as condições de trabalho das cadeias produtivas diretamente vinculadas às multinacionais instaladas na Amazônia, incluindo terceirizados, quaterizados e precarizados em geral!

9. Contra a criminalização da pobreza, dos movimentos sociais combativos; o boicote da imprensa burguesa, a judicialização da política e a politização da justiça! Pela democracia direta do povo!

10. Por uma Amazônia livre dos transgênicos, do latifúndio e do trabalho escravo. Por uma Amazônia amazônica com terra, trabalho e liberdade!



Amazônia paraense, 20 de julho de 2010.



COORDENAÇÃO ESTADUAL DO MOVIMENTO TERRA TRABALHO E LIBERDADE -PARÁ

www.mtl.org.br

terratrabalhoeliberdade.blogspot.com

mtlpara@ gmail.com

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Manifesto do MTL, fundado em 2002

MOVIMENTO TERRA TRABALHO E LIBERDADE


 MTL
APRESENTAÇÃO

O Movimento de Luta Socialista (MLS), oMovimento de Libertação dos Sem-Terra de Luta (MLST de Luta) e o Movimento dos Trabalhadores (MT), ao se unificarem num único movimento, autônomo e independente, de massas, socialista, democrático e plural, inserido no campo e na cidade, o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), apresentam à sociedade brasileira, em especial aos movimentos e organizações que lutam pela emancipação política e econômica dos trabalhadores, os pressupostos básicos que possibilitaram o surgimento de mais este instrumento de luta do povo brasileiro.

O Movimento Terra, Trabalho e Liberdade, mais que a junção de idéias e boas intenções, significa a unificação concreta de experiências rurais e urbanas, vivenciadas por centenas de militantes de várias regiões do país. Acumulamos nas últimas décadas importantes vitórias na luta pela reforma agrária, pela moradia, pela educação pública e gratuita, pelo sindicalismo independente e socialista, pelo transporte alternativo, pela organização coletiva dos trabalhadores, pela organização da juventude.

Nossas trajetórias, mais que promoverem enfrentamentos de cunho exclusivamente reivindicatórios, pautadas sempre na perspectiva de superação da ordem capitalista, nos possibilitaram também, o acúmulo de importantes reflexões sobre a estratégia socialista dos trabalhadores, da qual não abrimos mão. Lutamos por um novo socialismo, com liberdade e democracia. Um socialismo só possível em escala internacional. Só possível a partir da organização e ação direta das massas. Sustentamos que outros movimentos, como o MTL, devem carregar nas suas lutas a estratégia da destruição do sistema do capital, tarefa não exclusiva dos partidos políticos.

Reconhecemos nossos limites, nossas insuficiências. Publicaremos sempre nossas incertezas. Lutamos pela democracia e pela pluralidade. Buscaremos sempre a unidade com aqueles que pisam em terrenos comuns.

LUTAMOS POR TERRA, TRABALHO E LIBERDADE!

1 – NOVA ESTRATÉGIA SOCIALISTA

Em agosto de 2002 mulheres e homens militantes que construíram o MLS – Movimento de Luta Socialista, o MLST de Luta – Movimento de Libertação dos Sem-Terra de Luta, e o MT – Movimento dos Trabalhadores, realizamos em Goiânia um encontro no qual unificamos nossos movimentos em um novo instrumento de luta do povo trabalhador brasileiro: o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade – MTL.

Vivendo em um mundo tomado pela mais profunda crise do sistema capitalista vigente, e de todas as relações humanas nele originadas e inseridas, reafirmamos a necessidade da superação da ordem atual através de um novo processo revolucionário, que constitua uma nova sociedade com liberdade, democracia, com satisfação das necessidades humanas, socialista por conseqüência.

O movimento que fundamos pretende ser renovador para contribuir na construção deste novo processo de transformação social e histórica, mas também por expressar novas formas de pensar, de sentir e de atuar.

Reafirmamos princípios e convicções, mas com honestidade e libertos de dogmas. Compartilharemos, publicamente, nossas dúvidas, nossos questionamentos e nossas diferenças. Para nós, o ser revolucionário da atualidade é aquele que, incondicionalmente, busca respostas para as dilacerantes questões colocadas pelas tentativas de construção do socialismo no século XX.

Nos contrapomos a desmoralização da Social Democracia e das demais vias reformistas do capitalismo. Lutamos contra o apogeu imperialista da globalização do capital, da barbárie que dele se fez companheira, impondo à humanidade um desafio ao qual ainda não respondemos.

Rechaçamos o ufanismo e a auto-proclamação das seitas, marcas de uma esquerda tão arrogante, quanto impotente. Consideramos nossa unificação um pequenino passo da longa e incompleta caminhada rumo a emancipação dos seres humanos explorados e alienados e a libertação de todos os tipos de alienação, que tem levado os indivíduos a um niilismo brutal.

Nossos próximos passos perseguirão de forma militante e esperançosa, a cooperação e a unidade entre os que planejam encontrar uma nova síntese para o projeto socialista, revigorando-o com insubordináveis exigências de autodeterminação, liberdade e justiça, de igualdade nas condições para a vida, acompanhada do respeito às diferenças e às diversidades culturais produzidas pela humanidade, de abundância material para todos, combinada com a preservação harmoniosa da natureza e de todas as fontes e formas de vida.

Estas exigências, que a humanidade incorporou aos seus destinos, são muito mais que uma plataforma política, são valores éticos e culturais, são a ideologia, o leito onde viceja de maneira ainda imprecisa e insegura o espectro das novas alternativas socialistas.

Nos consideramos parte deste novo germinar cheio de vigor, inquietações e incertezas, que brota em vários cantos do mundo. Ele traz à luz a afirmação positiva de suas novas exigências e também o eterno repúdio à exploração e à opressão sobre homens e mulheres e ao sistema do capital que, no seu apogeu imperialista, forjou uma indissociável unidade entre o progresso técnico material e a generalização da miséria humana, a fragmentação social, o genocídio de povos e nações e os riscos de destruição da vida e do planeta.

Esta nova situação do capitalismo forjou mudanças impressionantes nas forças produtivas mundiais, impactando violentamente o mundo do trabalho, produzindo uma massa humana de excluídos dentro de “uma sociedade de trabalhadores sem trabalho”, atividade esta que lhes identifica como classe.

Quebrar esta macabra e desumana identidade entre o progresso capitalista e a barbárie é o maior desafio de nossos dias.

É com este propósito que o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade, no encontro nacional de sua fundação, busca contribuir para a constituição de um espaço comum de debate teórico e ações práticas que possibilitem a construção de um bloco histórico das classes populares, sobretudo levando-se em conta a necessidade de superar os limites e grandes lacunas deixadas pela derrocada do socialismo real. Neste sentido traz à opinião publica as idéias fundamentais que presidirão nossas palavras e nossos atos na renovada pratica socialista cotidiana.

2 – CONSTRUIR O SOCIALISMO A CADA DIA – DUALIDADE GLOBAL E PERMANENTE

A concepção que temos do socialismo é a de um estágio superior de organização da vida social no mundo, que transforme em relações materiais, concretas, as virtudes morais, filosóficas, culturais, construídas na subjetividade humana na luta contra toda opressão, toda exploração e toda dominação peculiares aos regimes de classes antagônicas em geral e ao capitalismo em particular.

Transformar em realidade toda virtude frustrada pelas atuais relações de explorações capitalistas é o objetivo concreto da revolução socialista. Destravar o que de fato nos impede de por em prática os mais elevados princípios de justiça, de igualdade, de liberdade, de fraternidade, de criatividade, e toda potencialidade para conhecer e amar.

Pelo fato concreto de que as forças revolucionárias buscam destruir as relações econômicas, sociais e políticas que atrofiam sua natureza progressista e libertária, elas não podem desenvolver-se satisfatoriamente sem exercitar seus valores fundamentais em confronto permanente com aqueles que elas querem superar, sob pena de se atrofiar e se degenerar. Assim sendo, consideramos que o caminho possível para esta realização deve:

1. combater a deificação da propriedade, sobretudo a da terra;


2. combater o domínio político e econômico;


3. buscar o controle dos meios de comunicação midiáticos, formadores de conceitos e valores numa sociedade de massa e;


4. garantir ao povo a elevação do seu padrão educacional e cultural.

Por tudo isso que sintetiza uma pequenina parte da tragédia, da imaturidade, da degeneração das revoluções e dos movimentos sociais do século passado, o MTL perseguirá: O OBJETIVO DE VIVER A CONSTRUÇÃO SOCIALISTA EM CADA DIA, EM DUALIDADE GLOBAL E PERMANENTE COM A ORDEM, PORTANTO, EM CONTRADIÇÃO COM AS RELAÇÕES SOCIAIS, COM A MORAL E COM OS VALORES DA SOCIEDADE CAPITALISTA.

Acreditamos que o que vivemos hoje é a expressão mais verdadeira do sentido que nossas palavras e nossos pensamentos projetam para o futuro. A nova ordem da qual necessitamos, será o resultado de uma acumulação sucessiva de práticas que neguem a ordem que repudiamos, e jamais ocorrerá como um mágico despertar para o tempo ideal, sempre sonhado e nunca experimentado.

3 – DEMOCRACIA DIRETA

Em todos os momentos de efervescência das lutas de massas quando o processo de transformação mostra a fórmula do novo poder reaparecem destacadamente os traços da democracia direta.

Quando todos os homens e mulheres tomam para si a tarefa de decidir e participar da realização do que decidiram, esboça-se uma nova ordem social libertária jamais imaginada em sua plenitude. Desde a comuna de Paris, passando pelos Soviets, e pelos conselhos operários da Itália, da Hungria, pela revolução arco-íris no Equador, e pelas assembléias de vizinhos e piqueteiros na Argentina, em todos estes grandiosos momentos, um fio condutor liga acontecimentos tão distantes e diferentes. Este fio é o desejo de homens e mulheres incendiados pela revolução, tomados por uma inacreditável força renovadora que, de repente, os levam a tirarem de suas próprias costas todo fardo do mando e da obediência, e a assumirem, como que num despertar inusitado, a condição de donos de seus próprios destinos.

Os que eram avessos à atividade política querem se reunir, querem discutir, querem fazer. Mostram todo seu repúdio à farsa da democracia representativa burguesa.

Durante quase dois séculos, esses lampejos que permitiram visualizar a forma mais avançada para organização da vida política em liberdade, e para o exercício do poder de todos, foram apagados pelo insuficiente desenvolvimento das condições para sua consolidação.

Não poderia ser mais do que um lampejo, a democracia direta, em uma sociedade em que a maioria fosse escrava do trabalho brutalizado durante todo tempo disponível. Ou de outra forma, como se poderia imaginar a democracia direta, onde todos discutem e decidem, numa sociedade em que 70% da população é analfabeta? Ou ainda, de outra maneira, numa sociedade composta de milhões de pessoas dispersas em territórios de dimensões continentais sem meios de transporte e comunicação eficazes?

É preciso reconhecer que para o exercício da democracia direta algumas condições são imprescindíveis, entre elas: o conhecimento de causa para os que vão decidir, o que pressupõe uma sociedade com alto nível cultural; um elevado nível de desenvolvimento material de toda sociedade, permitindo uma drástica redução do tempo dedicado ao trabalho e a liberação de grande quantidade de tempo livre para todos, o que só é possível numa sociedade com alto nível de produtividade, de automação e de alto nível da ciência e da técnica em geral; eficientes sistemas de comunicação capazes de permitir a integração de milhões ou bilhões de pessoas dispersas por territórios continentais, possibilitando que as mesmas se manifestem sobre os mesmos assuntos em curto espaço de tempo, o que, evidentemente, é hoje facilitado pelo advento da informática, da Internet e dos grandes meios de comunicação de massa.

É preciso, sobretudo, levar em conta que o atingimento desta condição, para levar ao seu ápice, somente terá êxito se os trabalhadores e trabalhadoras, organizados na sociedade civil, se transformarem em agentes, também, da sociedade política, produzindo assim, a síntese que os levará a um outro status de poder.

Sem esses recursos, o autogoverno das massas não passa de uma abstração ou de uma outra forma de representação indireta.

O MTL buscará em todas as suas organizações e suas atividades elevar o nível de qualificação de seus membros e dos trabalhadores em geral. Lutar pela conquista do tempo livre dedicado às tarefas políticas e subjetivas, disputar o domínio dos meios técnicos necessários para a participação de maior número de trabalhadores nas decisões, defender diante de toda a sociedade as propostas que se aproximem da democracia direta.

4 – INTERNACIONALISMO

O colapso do neoliberalismo, o levante de movimentos anticapitalistas em todo mundo, como os de Seattle, Washington, Praga, Quebec, Nova York, Gênova e as lutas contra as ditaduras no continente africano, demonstram que a humanidade não poderá superar a crise atual sem globalizar as lutas dos trabalhadores e dos povos, os princípios socialistas e humanistas, a solidariedade, o respeito à diversidade e a comunhão dos interesses da humanidade, em contraposição aos interesses do capital globalizado.

Estas manifestações internacionalistas e anticapitalistas, ainda embrionárias, começam a superar as fronteiras corporativas, raciais, sexuais e nacionais. Apontam o caminho para nos colocar a cada um, na condição de parte da humanidade, de tal maneira que nossas ações e nossas propostas se articulem, se corrijam e se enriqueçam, entrelaçando-se com aquelas que se levantem em defesa dos trabalhadores, dos povos e da humanidade em diversas partes do mundo. É deste entrelaçamento que acreditamos, poderá surgir uma nova ordem mundial, baseada na cooperação e na solidariedade entre os povos e nações, capaz de utilizar-se, de modo racional e planejado, dos recursos naturais, científicos e humanos, em benefício de todos.

Deste novo internacionalismo poderá brotar uma nova unidade socialista, um novo projeto, uma nova organização, capaz de realizar as transformações socialistas que a sociedade humana necessita, dando conta de abolir do imaginário do povo e dos militantes a distorcida impressão que não se vive mais o tempo de grandes revoluções, pois seria este o tempo do “fim da história”.

Somos parte deste processo iniciado a mais de 150 anos e que neste início de século se renova para cumprir a tarefa de construir a verdadeira humanidade, como condição de existência em todo o mundo.

5 – ORGANIZAR O CONJUNTO DA CLASSE TRABALHADORA, UNINDO OS POBRES E EXCLUÍDOS DO CAMPO E DA CIDADE

A ordem social gerada pelo imperialismo na era da globalização é marcada pelo crescente exército permanente de desempregados e de despossuídos, refletindo no empobrecimento do conjunto dos trabalhadores. Emerge neste período um novo mundo do trabalho com características mais diversificadas, que inclui os trabalhadores fabris, dos serviços e o grande contingente de excluídos do sistema econômico propriamente capitalista.

O desemprego e a miséria crescem, incessantemente, mesmo nos países centrais do império capitalista. Ameaçam e geram temor e insegurança nos trabalhadores que se mantêm empregados, minando seu ímpeto de luta por melhores salários e condições de trabalho, mesmo quando estes são reduzidos pela precarização, pelas terceirizações, pelas transformações tecnológicas do processo produtivo, que penetram agudamente no mundo do trabalho e alteram substancialmente seu sentido de percepção enquanto indivíduo e coletivo de classe.

Emerge deste quadro uma enorme socialização do proletariado (ou um estado de proletarização), que abrange quase a totalidade da população humana e, ao mesmo tempo, diversifica-se sua estrutura com uma enorme diferenciação nas formas de trabalho, destacando-se entre elas, especificamente, a brutal contradição entre o núcleo altamente especializado e qualificado do proletariado, dedicado ao trabalho intelectual e científico de um lado, e de outro lado uma gigantesca massa com baixo nível de qualificação, de escolaridade, dedicado aos trabalhos manuais brutalizados, excluídos das relações formais de trabalho.

Esta exclusão, se por um lado gera a miséria, por outro insere no subconsciente coletivo a gênese que possibilita quebrar no imaginário dos indivíduos o vínculo da relação sobrevivência/emprego, construindo um outro ambiente psicossocial em que se apresenta o binômio trabalho/sobrevivência, ensejando condições de abertura ao desenvolvimento autônomo da humanidade, pois se o emprego está para o capital, o trabalho o é para o socialismo.

O MTL nasce se incorporando à tarefa histórica de lutar contra o mito da democracia racial e o racismo velado na sociedade brasileira, que impediu homens e mulheres negras de terem acesso ao mundo do trabalho e a condições dignas de saúde, educação e moradia.

O MTL assume o compromisso de lutar pela peparação histórica de 350 anos de escravidão no Brasil e no mundo, defendendo intransigentemente as manifestações artísticas e culturais dos afrodescendentes. Por conta das mazelas do sistema capitalista, a juventude negra do campo e da cidade não tem perspectiva e acaba sendo presa fácil do tráfico de drogas, da repressão policial, do desemprego e do subemprego.

Por tudo isso, o MTL incorpora a estratégia de ser parte da luta cotidiana pelo fim de toda manifestação racista e sexista. Pois esta imensa e profunda divisão do proletariado, quanto à condição de existência dos trabalhadores em todo o mundo, deve ser enfrentada para que prospere a luta pelo socialismo.

É preciso construir a unidade de objetivos e propósitos dos trabalhadores e isso não poderá ser realizado sem a organização política dos chamados excluídos do mundo do trabalho formal.

Enquanto são dificultadas as condições de lutas para os sindicatos e organizações gremiais por um lado, por outro lado os obsoletos, os excluídos, os desempregados, divorciados de sindicatos e da maioria das organizações de esquerda, são empurrados para uma desesperada luta pela sobrevivência. Uns avançam sobre a cerca do latifúndio ocupando terras, outros ocupam calçadas urbanas com suas barracas de camelôs, outros ocupam o chão das metrópoles em busca de um teto. São perueiros do transporte alternativo, são camelôs, são sem-terra, são sem-teto, são milhões que precisam se organizar para lutar pela sobrevivência. Seu número cresce a cada dia, suas lutas e seus enfrentamentos com a ordem do capital são, também, cada vez mais diretos e violentos, quanto mais urgentes e inadiáveis são suas necessidades.

Depois dos primeiros combates e das primeiras conquistas, deparam-se com um novo e intrigante desafio: serem novos agentes políticos, econômicos, sociais e culturais, autônomos, e organizarem a produção e a sua própria vida econômica para não retroceder.

Este verdadeiro mosaico social é um imenso reservatório de explosiva energia política revolucionária que, transformada em movimento organizado, num processo firme de busca de rupturas políticas conscientemente orientadas, poderá mudar o curso da história.

Por tudo isso o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade, que nasce composto, majoritariamente, por estes setores sociais, tem o compromisso de hoje priorizar a organização tanto de suas lutas, quantos de suas experiências produtivas e das atividades econômicas autônomas a elas inerentes, sistematizando-as, propagandeando-as, transformando-as em escola e exemplo para aqueles que não podem mais, de nenhum modo, servir ao capitalismo.

6 – DOMINAR A PRODUÇÃO E A DISTRIBUIÇÃO, CONSTRUIR AS EMPRESAS COLETIVAS DOS TRABALHADORES E AS REDES DE CONSUMO E SOLIDARIEDADE

Garantir o controle do processo de trabalho, organizar a produção de modo sustentado, beneficiar os produtos e garantir seu escoamento e sua realização, enfim, estruturar solidamente uma cadeia produtiva, é uma questão de sobrevivência para os movimentos que se organizam enquanto alternativa para os excluídos do mundo do trabalho formal. Isto por dois motivos, sendo que o primeiro é exclusivamente econômico, pois quando os movimentos dos excluídos tipo sem-terra, perueiros, camelôs etc. obtêm uma pequena vitória, eles são colocados, obrigatoriamente, diante da necessidade de produzir, e se deparam com o dilema de fazê-lo de forma individual ou coletivamente.

O caminho da produção individual apresenta mais espinhos e muito menor viabilidade econômica do que o caminho da produção coletiva. O pequeno proprietário individual, no campo ou na cidade, tende a desenvolver ideologias voltadas para acumulação de capital e para a exploração do trabalho alheio. Além disso, por sua fragilidade econômica, apresenta muito mais rapidamente a possibilidade de ir à falência.

Consideramos, portanto, que o enfrentamento com o problema da produção só pode ter chance de sucesso através da organização de empresas coletivas baseadas no trabalho solidário de seus membros, sem a utilização do trabalho assalariado ou de qualquer outra forma de exploração do trabalho alheio, consorciando iniciativas espalhadas em todo país, que vise constituir um mercado alternativo de massas.

O segundo motivo é de natureza estratégica e programática. Os trabalhadores jamais chegarão à condição de sujeito do processo econômico de cadeias produtivas inteiras sem que desenvolvam experiências de gestão coletiva. Aprender coletivamente a gerir a produção e sua cadeia subseqüente, demonstrar a viabilidade da gestão dos trabalhadores é uma condição imprescindível para educar toda a classe em relação à tese do controle social dos meios de produção fundamentais. E isto é, em última instância, o caminho para quebrar a alienação do trabalhador em relação aos meios, aos processos e ao destino da produção.

Uma outra faceta deste problema estratégico é a educação para a superação da contradição entre produtores e consumidores. Reverter toda a lógica de imposição do marketing das grandes empresas monopolistas que esmagam o consumidor individual, impondo-lhe necessidades construídas, unicamente, para facilitar a reprodução e acumulação do capital, é uma necessidade imperiosa. Entretanto, ela não se realizará com facilidade, sem experiências que ressaltem o valor de uso dos produtos como meio de integração e harmonização entre produtores e consumidores, em detrimento do valor de troca que os coloca em oposição um ao outro.

Portanto, é de fundamental importância que a estruturação de empresas coletivas dos trabalhadores, no campo e na cidade, e o consórcio entre elas, se inicie em íntima articulação e cooperação entre setores sociais, organizados em rede, que poderão garantir o consumo de seus produtos, determinando, ao mesmo tempo, o principal elemento de planejamento de produção: a necessidade de quem consome.

Outro aspecto estratégico se refere à construção de empreendimentos coletivos dos trabalhadores que renunciem, no limite do possível, à dependência econômica e tecnológica do padrão produtivo imposto pelo grande capital monopolista. Apoiando-nos em pesquisas cientificas genuínas, na experiência e no patrimônio cultural de nosso povo, nas demandas pela preservação ambiental e da saúde humana, poderemos alcançar êxitos nesta importantíssima tarefa.

A última questão é aquela que se refere à auto-sustentação econômica de nossa organização, de nossas lutas, de nosso movimento. Como organização do mundo do trabalho, cremos que nossa sobrevivência deve se pautar pelo seu elo de ligação com os fatores que propomos como linha de sustentação econômica da base da sociedade, assim, pois, podendo gerar recursos para a manutenção de nossas ações.

Senhores de nossas vidas, poderemos ser senhores do movimento, sem dependência de recursos estatais e/ou institucionais, que só serão acessados como direitos legitimamente conquistados, sem o comprometimento da nossa autonomia e independência.

7 – UM SINDICALISMO INDEPENDENTE E DEMOCRÁTICO

A esquerda socialista enfrenta enormes desafios neste início de século. São muitos os questionamentos e as reflexões que se impõem aos revolucionários.

Ao refletirmos sobre o movimento sindical, em especial no Brasil, estes desafios se expressam de forma categórica. São inúmeros os setores que não dão conta de responder à nova realidade da classe trabalhadora, e muitos destes acabam por incorporar as teses dos teóricos da burguesia, abdicando da independência de classe e da luta pelo socialismo.

Os impactos gerados pela reestruturação produtiva, nos marcos da hegemonia neoliberal dos anos 90, transformaram o mundo do trabalho. Objetivamente está na mesa um contraste gritante entre a maior parte da estrutura sindical e a vida do povo.

Os precarizados, os contratados temporariamente, os desempregados, estão fora das representações sindicais. São demitidos do emprego e do sindicato, pois não podem mais contribuir.

Nós defendemos uma ruptura radical com o atual modelo de organização sindical e suas proposições. Defendemos resgatar as propostas originárias de fundação da CUT, onde o socialismo com democracia era a referência para organizar a classe para a luta e o propósito era ser uma central única de trabalhadores e não uma central sindical, como veio a se tornar. Mais ainda, acreditamos ser fundamental buscarmos formas de organização e luta que aglutinem o empregados com os sem-emprego, os precarizados e os especialistas, enfim, a classe trabalhadora em seu conjunto.

Somente uma proposta que organize a classe trabalhadora com toda sua diversidade, poderá obter êxito na luta por um outro mundo, um mundo sem patrões, socialista!

8 – INDEPENDÊNCIA DE CLASSE

A independência de classe parte de um divisor de águas fundamental: o combate político a toda capitulação diante da lógica da catástrofe contemporizada. Não travamos um combate moralista. Combatemos as concepções, o programa, a prática e os compromissos assumidos pelos conformistas diante do curso dos fatos históricos.

Não podemos considerar progressivo o apoio formal ou informal dos partidos da classe trabalhadora a governos burgueses. Isto porque os protagonistas desta utopia reacionária contribuem para legitimação do atual sistema e estimulam a resignação diante dele ao afirmarem um projeto de governo que nada mais é do que um pouco mais dele.

A base material de reprodução do sistema capitalista e suas tendências objetivas suprimiram todas as condições para o sucesso dos projetos de colaboração de classe. O colapso do modelo keynesiano é a maior prova disto.

Nadando contra a maré, a social democracia, os reformistas e os burocratas em todo o mundo convertem-se em aplicadores dos planos e políticas imperialistas. Se, no passado, a social democracia e o reformismo comandaram governos que fizeram grandes concessões materiais às massas trabalhadoras para frear os processos revolucionários, hoje lhes resta a tarefa de dirigir governos responsáveis pelo desemprego, pela redução salarial, pela exclusão social e encarregados pela repressão aberta ao movimento de massas.


É assustador o descompromisso social, histórico e cientifico que fundamenta esse consenso reacionário apesar de tanta obviedade.

Para nós, o caminho é outro. E deve levar à organização do levante político através da unidade de todos os que são penalizados pelo capitalismo em sua forma neoliberal e em seu conteúdo.

9 – COMBINAR ADEQUADAMENTE AS FORMAS DE LUTA – ESTIMULAR A AUTO-ORGANIZAÇÃO E A AÇÃO DIRETA DAS MASSAS

Os trabalhadores e a maioria do povo em seu combate às relações predominantes na sociedade capitalista deve utilizar-se de todas as formas de luta. Saber combiná-las entre si, determinando a hierarquia de umas em relação às outras é uma tarefa extremamente complexa, especialmente quando habitamos um ambiente dominado por grandes meios de comunicação de massa, que transformam cada fato em propaganda e da mesma forma e com a mesma rapidez, materializa propaganda em fatos, numa incessante luta pela conquista das consciências humanas, numa verdadeira guerra ideológica.

Além das lutas de massas, das batalhas institucionais-eleitorais, da luta pela hegemonia política ideológica, nossos dias são tingidos pelo sangue de violentas batalhas. Seja pela luta dos sem-terra ou dos sem-teto, violentamente reprimidos, seja um enfrentamento guerrilheiro de décadas na Colômbia, seja a insurreição das pedras – a intifada palestina, sejam os massacres militares promovidos por potências bélicas contra países e povos praticamente desarmados, ou os conflitos étnicos-raciais. Além disso tudo, ressurgem hordas fascistas em diversos países com a sua costumeira intolerância e a velha violência como método.

É neste complexo cenário que os movimentos socialistas dos trabalhadores devem saber combinar, articuladamente, os enfrentamentos militares (auto-defesa) de classe, com as mobilizações sindicais reivindicatórias de massas, com a propaganda, com a disputa de hegemonia, com a luta eleitoral, objetivando fortalecer, sempre, a auto-organização das massas, educando-as para a ação direta e para a conquista de sua plena autonomia política, econômica e organizativa.


10 – DEFENDER E EXERCITAR A DEMOCRACIA NO MOVIMENTO

A falência desastrosa das tentativas de construção de uma ordem socialista no século passado marcou a humanidade com o aspecto mais negativo da herança burocrática: a associação entre ditadura e socialismo. Desfazer esta farsa, este equívoco histórico, esta tragédia, é uma de nossas tarefas e o caminho para cumpri-la é o exercício orgânico, permanente e incansável de uma prática democrática na construção do movimento de massas.

Nosso movimento deve estar capacitado a comandar e orientar o processo de transformação radical da realidade atual que aflige o mundo do trabalho e antever saídas adequadas e eficientes, segundo os interesses imediatos (sobrevivência/resistência) e históricos (estratégicos/transformadores).

Este é um princípio estratégico que deve guiar nossa prática cotidiana. Tanto na implementação de nossa política, quanto na construção orgânica, não podemos nos afastar dele um milímetro sequer. Só este tipo de comportamento pode construir uma nova cultura do movimento socialista, dotada de todas as garantias necessárias de que a vanguarda e as organizações políticas, jamais se sobreporão às massas, jamais a substituirão, jamais decidirão por elas.

11 – CONTRIBUIR PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA AMPLA ORGANIZAÇÃO REVOLUCIONÁRIA DE MASSAS NO BRASIL

Diversos setores da vanguarda socialista e revolucionária brasileira tem apontado recentemente para a necessidade de atuação em frente única em defesa de pontos programáticos comuns, a exemplo da campanha contra a ALCA. Ao mesmo tempo acenam com a necessidade de discutir a construção de uma alternativa política socialista revolucionaria de massas para o Brasil.

Tais preocupações são levantadas hoje por organizações, por movimentos sociais e por indivíduos militantes que compreendem e ressaltam a necessidade de um pólo político socialista revolucionário na sociedade brasileira, espaço do qual o PT abdicou, que o PCdoB vem demonstrando inaptidão e incapacidade histórica para ocupar e que o PSTU também acabou não conseguindo.

Estas posições são externadas por setores do MST, por correntes internas do PT, por setores do PSTU, pelo MLS, MLST de Luta e MT, e por uma enorme quantidade de socialistas revolucionários dispersos por todo o país.


De nossa parte consideramos que a unificação destas forças em um único movimento, em uma frente de lutas comuns sob uma única bandeira democrática, socialista e plural, negando as práticas burocráticas stalinistas, significaria, sem dúvida, um inestimável avanço histórico para as forças de transformação em nosso país e no mundo.


Por tudo isso, dedicaremos a nossa mais respeitosa atenção, mesmo às menores experiências de unidade de ação com grupos políticos, movimentos sociais, organizações e militantes que queiram solidificar os laços de respeito e confiança, de conhecimento prático e programático, elementos que poderão contribuir para unificação dos socialistas revolucionários brasileiros em uma ampla organização de massas. Para cumprir seu papel esta organização deverá:


1 - Superar a dicotomia entre a construção do poder formal e o poder real;


2 - Incorporar uma determinada capacidade empreendedora;


3 - Incorporar metodologias às suas políticas, capazes de acelerar processos;


4 - Construir experiências exitosas no interior da sociedade capitalista;


5 - Ter autonomia econômica;


6 - Superar a visão de revolução como mero “assalto ao poder de Estado”;


7 - Superar a concepção hegemonista que orienta a maioria das organizações do campo popular;


8 - Construir novo paradigmas e reatualizar os existentes.






Ao mesmo tempo penhoraremos nossa dedicação para construir o MTL como organização nacional democrática unificada na ação, rica em seus debates teóricos, em sua propaganda, em sua cultura.


MOVIMENTO TERRA TRABALHO E LIBERDADE


AGOSTO DE 2002



TRAJETÓRIAS DAS ORGANIZAÇÕES FUNDADORAS DO MTL


MLS


O Movimento de Luta Socialista surgiu no ano 2000 como uma nova agrupação socialista e internacionalista, oriundo de um grupo de militantes do PSTU. Durante seus dois anos de existência procurou sempre defender um novo projeto socialista, com democracia e liberdade. O MLS esteve presente na luta dos excluídos da cidade, como por exemplo, a luta dos perueiros de Goiânia e redondezas, que após uma luta sangrenta contra o Estado e as empresas de ônibus, consolidou o transporte alternativo na região. Como consequência elegeu Elias Vaz – o vereador mais votado da história de Goiânia – que no exercício de seu mandato segue apoiando os excluídos na formação de cooperativas de luta e trabalho. Em São Paulo o MLS tem participado de ocupações urbanas e nas lutas da juventude, como nas greves e manifestações na USP, saltando o muro da universidade e ligando a luta dos jovens com a luta da população trabalhadora. No movimento sindical seus militantes estiveram à frente das greves do funcionalismo federal e estadual no Rio de Janeiro e em outros estados, lutando também contra a burocratização dos sindicatos e da CUT, defendendo uma mudança profunda nesse terreno. A influência sindical fez com que o MLS tivesse papel de destaque entre os gráficos de Minas Gerais, os previdenciários, os mata-mosquitos e profissionais da educação do Rio de Janeiro.

MLST de Luta


O Movimento de Libertação dos Sem-Terra de Luta foi fruto da organização de lideranças rurais, de agentes pastorais e de assessores da CPT, que desenvolviam lutas no Triângulo Mineiro e que, no início dos anos 90, se propuseram à construção de um movimento social de luta pela terra. Após a heróica e vitoriosa luta pela desapropriação da fazenda Santo Inácio – Ranchinho, município de Campo Florido, e do pipocar de ocupações nos municípios de Santa Vitória, Perdizes e Campina Verde, lideranças de diversas áreas, num encontro em Uberlândia e depois em Campo Florido, fundaram, em 1994 o Movimento de Luta pela Terra (MLT), que organizou dezenas de ocupações em Uberlândia, Campina Verde, Santa Vitória, Ituiutaba, Gurinhatã e Nova Ponte.


A partir de 1995 o MLT propôs a construção de um movimento nacional tendo como princípios básicos a luta pela reforma agrária intimamente associada à luta pelo socialismo; a construção de um programa antilatifundiarista, antimonopolista e anticapitalista; a defesa radical da democracia e da pluralidade em todas as instâncias do movimento, principalmente a partir da base; a unificação dos trabalhadores do campo e da cidade na construção de alternativas políticas e econômicas; a autonomia e a independência de classe, negando a participação em qualquer governo burguês; a busca da autosustentação financeira a partir das fazendas e estruturas conquistadas; a defesa de uma nova organização social e econômica nos assentamentos baseada na produção coletiva, traduzidas nas Empresas Rurais Comunitárias.

Em 1997, o então MLT liderou a construção do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), tendo participado de seu encontro de fundação com a maior delegação. O movimento cresceu extraordinariamente apenas no Triângulo Mineiro, fruto da trajetória já acumulada pelo MLT, o que não ocorreu em outras regiões do país. Nesse período foram realizadas várias ocupações na região: Fazenda Campanha, COOALBRA, Palma da Babilônia, Nova Palma, Itambé, São José da Boa Vista, Pântano, Douradinho, Rosada, Sertãozinho, Maringá, Nova São José e uma das principais lutas de resistência do país, a Fazenda Tangará, no município de Uberlândia, com área de 5.096 ha, cuja conquista se consolidou em 2002.

No ano 2000, o setor do Triângulo Mineiro rompe com o inexpressivo agrupamento do Nordeste, passando a denominar-se Movimento de Libertação dos Sem-Terra de Luta. O MLST de Luta segue a mesma trajetória histórica do MLT liderando inúmeras lutas e perseguindo a construção de um projeto nacional, a partir do que intensifica as relações, que já estavam em curso, com o MLS e o MT, vindo, finalmente, a participar, ativamente, da fundação do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade.


MT


O Movimento dos Trabalhadores, fundado em 1995, no estado de Pernambuco, luta pela transformação social defendendo a reforma agrária, urbana e política, ancorado no lema “Geração de Trabalho e Riqueza”. Pela necessidade de constituir ações diferenciadas no campo da organização dos trabalhadores busca constituir empreeendimentos autônomos e circuitos econômicos alternativos, com o objetivo de superar o trabalho na forma exclusiva de emprego, através da Rede MT de Organizações Contra a Exclusão Social.


O MT teve como missão construir a organização política, econômica e social da sociedade civil, ou seja, o poder real dos trabalhadores, estruturando o mundo do trabalho, com a finalidade de gerar riquezas, a partir da nucleação de famílias, que garante um processo participativo e autônomo, contribuindo para a formação de um bloco histórico do campo popular, para possibilitar a implantação de uma sociedade socialista. O MT, organização civil, atuou e esteve presente em vários estados do Nordeste, como Pernambuco, Alagoas, Ceará, Paraíba e Rio Grande de Norte.

Histórico do Movimento dos Trabalhadores:


1995 – Fundação; Ocupação das Terras da Usina Jaboatão; Nucleação de famílias;
1996 – Ocupação das terras da Usina Nossa Senhora do Carmo; Formação e capacitação dos militantes;
1997 – Ampliação do MT; 45 áreas ocupadas; Consolidação em Alagoas; Registro da COOPAG; Assassinato de Cícero Gomes;
1998 – Expansão para os estados do CE, PB e BA; Emissão de Posse dos primeiros assentamentos: Cícero Gomes e Divina Graça em PE; Constituição do corpo técnico do MT; Criação da Articulação Nacional; Emissão de Posse de 4 assentamentos em AL;
1999 – Emissão de Posse de vários assentamentos em PE; ampliação do trabalho no NE; Conquista da sede em PE; Consolidação do trabalho urbano; Execução de diversos programas;
2000 – Constituição da Rede MT de Organizações;
2001 – Lançamento do Programa ZERA; Ocupação massivas nos engenhos da Usina Central Barreiros (sede local);
2002 – Diversos conflitos em AL e PE; Formação do Conselho Consultivo; MT insere ao trabalho a interface política; Consolidação do Núcleo de Cultura e Arte; Unificação e fundação do MTL.



JORNADA DE LUTAS DO MTL PARÁ AVANÇA SOBRE O ESTADO POR MELHORIAS PARA TRABALHADORES DO CAMPO E DA CIDADE

O MTL inciou SUA Organização Política no Pará HA Pouco Mais de 02 anos.

Neste Curto Período de tempo Constatamos Que EXISTE Uma grande Vazio de referenciais Políticos , programáticos e organizativos , deixado Pelos Mais Diversos Movimentos e lideranças do amazônida SOCIALISTA campo, renderam se que AO entreguismo petista , Quando o PT ascendeu AO Governo federal, tranformando em Movimentos combativos Sensores do Poder , do PT e dos movem Interesse Que no Pará e em todo Brasil como expúrias Alianças MAIS.


(Foto : Pamela Coelho, em Acampamento Santarém Novo)


ESTA avenida Aberta Não Ficara inerte . No campo e na Cidade Trabalhadores e Trabalhadoras A cada dia se voltam Para a Necessidade histórica da Luta de classes .


Hoje o MTL Já Organização Experiências de Resistência e Combate Mais socialista em de 15 de Cidades do Pará , de norte a sul do Estado.

Belém, Barcarena, Cametá, Castanhal, Garrafão do Norte, Mocajuba , disitro de Mosqueiro , Santa Izabel , Santarém Novo, Santa Bárbara, Ulianópolis ... e mais recentemente de Tucuruí, das belíssimas guardam ALGUMAS EXPERIÊNCIAS atestam Que o povo de Nosso Caráter Revolucionário do Povo .

Mesmo Diante De uma conjuntura devastadora Movimentos autónomas , SOCIALISTAS , combativos e Democráticos , centenas de lideranças e milhares de populares a SE Não prestaram resignações estéries , à promisquidade Política EA SUA captulação de classe .

Este blog UM ESPAÇO ABERTO Será Para o Diálogo DE EXPERIÊNCIAS verdadeiramente democráticas e SOCIALISTAS , nao Tão Entre aqueles e Aquelas Que ousaram romper com Uma Partidos e Organizações vencidos Pelo capital e SUA Várias Formas de Manipulação do Nível de Consciência das massas , Mas Para Todos e Todas .



Vamos à Luta Que sonhos OS, coletivamente sonhados , Não cansam Nem envelhecem .

Saudações cabana de Luta e Socialista !

VIVA A Cabanagem E OS NOVOS cabanos !
ZUMBI VIVE !











(Foto : José Pessoa, da Frente de Massas Urbanas Metropolitana do MTL- Pa)